Adesivo indolor é alternativa na vacina da gripe

Um adesivo que substitui a agulha da seringa e permite que a vacina da gripe seja administrada de forma praticamente indolor pode estar prestes a ser utilizada pois os testes realizados em cem humanos foram positivos e os investigadores norte-americanos que desenvolveram este novo método acreditam que pode ser uma alternativa viável em breve.

O funcionamento deste adesivo foi trabalhado por especialistas da Universidade de Emory e do Instituto de Tecnologia da Geórgia, ambos nos EUA. Possui uma centena de minúsculas agulhas, com forma semelhante a um cabelo, que penetram na pela e permitem a passagem da vacina. À revista Lancet, os investigadores afirmaram acreditar que pode ser uma forma de imunizar muita população contra a gripe, sem o recurso a injeções. Uma das vantagens do novo método é que desta forma a vacina não precisa de estar a temperaturas muito baixas e dispensa os aparelhos frigoríficos para conservação ao contrário da vacina injetável.

Os testes em humanos avançaram e a maioria das respostas foram que o sistema era quase indolor e preferível às injeções. Contudo, 80% dos voluntários confirmaram que no local onde foi aplicado o adesivo sentiram comichão durante alguns dias. Algo que não preocupa os cientistas. O investigador principal, Mark Prausnitz, que integra uma empresa que quer licenciar esta tecnologia, disse: "Se aumentarmos o tamanho do microscópio, vemos agulhas muito pequenas. Perfuram sem dor na pele."

A sua equipa testou o adesivo em simultâneo com a vacinação tradicional para a gripe. Alguns dos cem voluntários receberam a injeção no braço, enquanto outros aplicaram o adesivo no pulso, por 20 minutos. Destes, a maioria disse que usar o adesivo era indolor, mas alguns experimentaram os referidos efeitos colaterais - a pele ficou vermelha, com ligeiras irritações na área onde foi aplicada. Os sintomas aumentaram em alguns casos ao longo dos dias, embora não tenham consequências relevantes na saúde.

Os especialistas dizem que o adesivo pode revolucionar a forma como a gripe e outras vacinas são administradas. Contudo, são prudentes e admitem que são necessários mais testes clínicos nos próximos anos para ter o sistema aprovado para uso generalizado.

Nadine Rouphael, da Universidade Emory, vê vantagens em generalizar: "Poderíamos tomar a vacinação em casa, no local de trabalho ou mesmo por via de distribuição pelo correio." O adesivo, depois de usado, pode ir direto para o lixo porque as microagulhas dissolvem-se. Pode ainda ser armazenado com segurança até um ano, sem refrigeração, o que pode ser um importante contributo para os países menos desenvolvidos.

29-06-2017