Suplementos de ómega 3 não previnem segundo enfarte

Os medicamentos à base de ómega 3 não são eficazes na prevenção de problemas cardíacos em pacientes que tiveram um ataque cardíaco, conclui o Comité de Medicamentos para Uso Humano (CHMP) da Agência Europeia do Medicamento (EMA, em inglês), após uma revisão de dados acumulados ao longo dos últimos anos.

Segundo o jornal espanhol El País, o parecer do CHMP será agora enviado à Comissão Europeia, que deverá emitir uma decisão final legalmente vinculativa para ser aplicada em todos os estados-membros da União Europeia (UE).

De acordo com a informação divulgada pela EMA, os medicamentos com ácidos gordos ómega 3 - que são naturalmente encontrados em peixes como o salmão - foram aprovados em vários países da UE, a partir de 2000, para utilização em pacientes que tinham sofrido um ataque cardíaco, em combinação com outros medicamentos.

Quando foram autorizados, os dados disponíveis mostravam que podiam ter alguns benefícios na redução de problemas graves de coração e vasos sanguíneos, embora esses benefícios fossem considerados modestos. Desde então, os dados que surgiram não confirmaram esses mesmos efeitos.

A revisão teve início em marco, a pedido da agência de medicamentos sueca. Não existem quaisquer preocupações do ponto de vista da segurança destes medicamentos, mas o CHMP concluí que o equilíbrio entre os benefícios e os riscos destes medicamentos para prevenir a ocorrência de problemas cardíacos é agora negativo.

No comunicado, a EMA diz que, caso esteja a usar este tipo de medicamentos para reduzir o risco de eventos cardíacos, deve aconselhar-se com o seu médico sobre a melhor alternativa.

Embora não sejam recomendados para este fim, os ácidos gordos ómega 3 continuam a ser aconselhados para reduzir certos tipos de gordura no sangue, como os triglicerídeos.

Esta não é a primeira vez que surgem estudos a questionar os efeitos do ómega 3 para prevenção de problemas cardíacos. Uma investigação levada a cabo pela Cochrane, uma organização internacional sem fins lucrativos, concluiu, após uma revisão sistémica, que os suplementos de ómega 3 não nos protegem de um ataque cardíaco nem de um acidente vascular cerebral (AVC).

10-01-2019